segunda-feira, 2 de março de 2009

Salazar, Estado Novo e 25 de Abril

GRANDES PORTUGUESES

Quando falamos em momentos históricos, seja de que país for, sempre haverá momentos, elementos e situações curiosas. Sobre Portugal, e ao falar de Salazar, regista-se o facto de que em 2006, a RTP (Rádio e Televisão de Portugal) realizou o programa Grandes Portugueses, em que o povo deveria votar as grandes personalidades da sua História. Poderiam ser políticos, reis, artistas, etc... Dessa lista saíram os 100 Mais que vocês podem conferir na página da Wikipédia que explica o programa:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Grandes_Portugueses

Observem que os finalistas, ou seja, os dois primeiros são o grande Ditador António de Oliveira Salazar, seguido do grande Comunista, secretário-geral do partido, opositor do regime do Estado Novo, mas também escritor, ensaísta, etc. , Álvaro Cunhal:
O que vos parece esse resultado final? Houve em Espanha algum programa semelhante? Quem foi o vencedor ou os vencedores? O curioso é que na Rússia Estaline também é um dos homens mais populares quando, é sabido, foi responsável pela morte de milhões de pessoas num regime também pouco democrático. O nosso terceiro lugar, Aristides de Sousa Mendes, parece-me já digno de ser lembrado. Diplomata português, em França, recusou-se a obedecer as ordens salazaristas e concedeu vistos a muitos dos refugiados que fugiam da França na altura em que a Alemanha Nazi invadia o país. Não vos parece também este nosso amigo Aristides mais digno de um primeiro lugar do que o grande Ditador António de Oliveira Salazar? Opinem...
Para concluir, sugiro que visitem a página da Wikipédia que vos dei antes e que vejam este breve vídeo proposto pela RTP para divulgar as personalidades que tinham sido votadas pelo povo na altura do programa.


"Grândola Vila Morena" - Zeca Afonso

"Grândola, Vila Morena" é a canção composta e cantada por Zeca Afonso que foi escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) para ser a segunda senha de sinalização da Revolução dos Cravos. A canção refere-se à fraternidade entre as pessoas de Grândola, no Alentejo, e teria sido banida pelo regime salazarista como uma música associada ao Comunismo. Às zero horas e vinte minutos do dia 25 de Abril de 1974, a canção era transmitida na Rádio Renascença, a emissora católica portuguesa, como sinal para confirmar as operações da revolução. Por esse motivo, a ela ficou associada, bem como ao início da Democracia em Portugal.



Revolução dos Cravos ? Porquê Cravos?



Naquele dia o sol estava forte. Faziam-se leques de qualquer coisa que pudesse ser abanado. Os homens desapertavam as camisas. As senhoras pediam copos de água prontamente oferecidos pelos inquilinos do rés-do-chão. Os passos eram curtos porque a multidão era grande. Mas o entusiasmo não esmorecia.

O cortejo engrossava pois a uma massa de gente em movimento mais se juntava vinda de todas as ruas de Lisboa. Novos, velhos, trocando cravos com a alegria que estivera hipotecada por quase meio século de ditadura. Ninguém se atropelava... (in http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=3076). Por isso a Revolução dos Cravos, porque terá sido pacífica, sem violência, com a força do povo e a imagem de uma senhorita a introduzir um cravo no cano da espingarda de um militar. Imagem que tão bem se vê no filme “Capitães de Abril” de Maria de Medeiros. Essa é a Revolução do 25 de Abril, a revolução dos cravos.

11 comentários:

Anónimo disse...

Olá! O 25 de abril de 1974, ao meio dia de uma manhã de Primavera, o programa "Límites", de Radio Renazença, começou emitir os acordes de "Grândola Vila Morena". Foi a consigna para pôr em funcionamento a Revolução dos Cravos que pôs ponto final à ditadura salazarista em Portugal.
A letra e a música eram de José "Zeca" Afonso, o representante mais importante da canção portuguesa do século XX, e alguém conhecido pela música popular em meio mundo.

Além disso, gosto muito dessa canção. Como é que pode fazer-se uma música com tão poucos instrumentos? Sei lá...
Bom, até a próxima. Beijinhos.

JSongy disse...

Pois é M.ª José, eu acho que nem sequer há instrumentos... apenas uma imitação de uma marcha militar e a voz... É bonita sim, transmite muita energia popular.
Beijinhos

Anónimo disse...

A Revolução dos cravos é a mais linda, romántica e pacífica que conheço. Os militares ocuparam o Terreiro do Paço sem fazer um só disparo, o povo subiu-se nos tanques enquanto que todos se abraçavam e abraçavam os jovens soldados sem medo dos fuzis.
É pena que depois se perdesse o espíritu inicial dessa revolução. No entanto, graças a ela, Portugal deixou de ficar isolada do mundo, acabou com a ditadura de Salazar e abriu-se caminho para um regime democrático.

JSongy disse...

Pois é Eloísa,
Ainda que haja quem diga que essa história de ter sido pacífica seja um mito, penso que foi bonita e que as coisas correram muitíssimo bem. O pior foi a ansiedade comunista que veio depois...
Enfim, coisas da humanidade cujas ideias vão balançando como um pêndulo ao longo da história. Beijinhos

Anónimo disse...

gosto muito da música e já a conocia no entanto, pensava que a letra era mais interessante

JSongy disse...

Olá Anónimo! :)
Da próxima vez põe o teu nome, ou quando publicares escolhe a opção nome /URL, antes de publicar o comentário...
Não sei quem és :(
Nem de que música falas: Grândola ou Depois do Adeus?
Abraços!

Anónimo disse...

sOU Alicia,houve tambén outra canção muito importante nesse dia, "E depois de adeus" de Paulo de Carvalho, transmitida pelos Emissores Associados de Lisboa. Este foi un dos sinais previamente combinados pelos golpistas e que espoletava a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado com a saída dos quarteis.
Esta foi a senha e mais tarde a contra-senha "GrAndola-Vila Morena" para a Revolução dos cravos.

JSongy disse...

Olá Alicia,
A música "E depois do Adeus" está numa apresentação de cartazes sobre o 25 de Abril que colocámos no curso. Viste-a? Ouviste-a?
Obrigado pelo teu comentário!
Boas férias!

Caty Benito disse...

Olá sou a Caty Benito.
A canção Grândola Vila Morena para mim é maravilhosa, eu conhecía esta canção e ainda me conmovo a ouvir-la, de novo Portugal y Espanha tem relação, depois da morte do General Franco muitos cantores espanholes fizerom esta canção de elles, por o que significaba, DEMOCRACIA.
Esta canção foi composta como homenagem á "Sociedade Musical Fraternidade Operaria Grandolense "(munícipio de Grândola no Alentejo)e estaba proibida pela dictadura.

Caty Benito disse...

O principio do fim de Salazar a 03 de Agosto de 1968, faz domingo, no terraço do forte de Santo António, no Estoril, quando o calista Augusto Hilário se preparava para lhe tratar dos pés.Com o peso António Oliveira Salazar tomba para trás,deixo-se cair para uma cadeira de lona com violência, cai no chão e a cabeça dá uma pancada nas lajes do terraço do forte onde anualmente passava as férias, acompanhado pela governanta, Maria de Jesus, a famosa d. Maria.
Não se apercebeu, nesaa manhã que a cadeira, onde se deveria instalar se encontrava fora do sítio " o Dr. Salazar era muito educado, mas muito cabeça no ar", lembra o barbeiro de Salazar.
A vida de Salazar prossegue normal, mas a 19 de Agosto embora mal disposto,o chefe de executivo vai ao Palácio de Belèm para assitir á posse daquele que viria a ser o seu último governo. Só 16 dias depois admite que se sente doente e e internado no Hospital de São José e os médicos não entendem quanto ao disgnóstico, hematoma intracraneano ou trombose cerebral.Nove dias depois o presidente Tomás e informado pelos médicos de que a vida política de Salazar está terminada e començam os contactos para formar um novo governo.A 26 de setembro , Tomás anuncia a substitução de Salazar e no dia seguinte Marcelo Caetano toma posse. O ditador tinha governado 40 anos, quatro meses e 28 dias.
Salazar morreu a 27 de julho de 1970.

JSongy disse...

Olá Caty,
Estive em Lisboa este fim-de-semana e sentia-se bem o ambiente comemorativo da Revolução.. É bonito, com todos os cravos vermelhos a decorar a cidade... Além disso este ano foram os 35 anos de 25 de Abril, ou como dizia um jornal: 35 de Abril, que mudanças para o país?
Beijinhos