A instituição, uma das maiores do país, remonta ao século seguinte ao da própria fundação da nação portuguesa, dado que foi criada no século XIII, em 1290, mais especificamente a 1 de Março, quando foi assinado em Leiria, por D. Dinis, o documento Scientiae thesaurus mirabilis, que criou a própria Universidade e pediu ao Papa a confirmação.
Para além da própria arquitectura do edifício de que falaremos mais adiante, é digna de destaque a Biblioteca Joanina. Construída de raiz para albergar a biblioteca universitária, durou a sua construção de 1717 a 1725. Apresenta grande unidade de estilo (edifício, decoração e mobiliário), ao gosto barroco. O traço presume-se ser português, mas ignora-se o nome do arquitecto.
Como dissemos anteriormente, uma das coisas que mais chama a tenção em Coimbra é a imponência física da Universidade, ou seja, do edifício universitário e das características Manuelinas da sua arquitectura, sobretudo no portal da Capela de São Miguel que se encontra no pátio do edifício principal da Universidade. Para quem não sabe, o estilo Manuelino é um estilo gótico tardio ou flamejante que surgiu em Portugal durante o reinado de D. Manuel, ou seja, durante o século XV estendendo-se por muito tempo em todo o país e respectivas colónias. Nele identificamos a influência da expansão marítima portuguesa com elementos marítimos e exóticos, mas também com referências ao estilo mudéjar.
Para quem quiser saber mais sobre este edifício tão emblemático de Coimbra, podem visitar a página seguinte:
http://www.regiaocentro.net/lugares/coimbra/universidade/
Finalmente, ao falarmos de Universidade, devemos falar em PRAXE, TRAJE ACADÉMICO, CAPA, TUNAS, FADO DE COIMBRA, QUEIMA DAS FITAS, etc...
Todos estes termos, relacionados com a vida universitária, são quase sinónimos de Coimbra. Não vos darei o significado de todos mas deixarei que os mais atrevidos utilizem estes termos para enriquecer o nosso Glossário geográfico na plataforma. De qualquer forma, muitas destas palavras são semelhantes em espanhol ou claras ao se conhecer um pouco Portugal.
Concluirei esta reflexão sobre Coimbra com um dos momentos mais marcantes da vida universitária que é o adeus final, o fim do curso, cujo auge se alcança com a queima das fitas, esse rito próprio da vida universitária portuguesa e onde se pode ver, com absoluta clareza, a emoção com a qual os estudantes a ele se entregam.
A letra deste Fado cantado pela tuna académica na Queima das Fitas de 2005, chama-se (como vêem, as tunas criam as suas próprias letras)Balada de Despedida do 5º ano Jurídico de 88/89:
Sentes que um tempo acabou
Primavera de flor adormecida
Qualquer coisa que não volta, que voou
E foi um triunfar na tua Vida.
E levas em ti guardado
Um choro de uma balada
Recordações do passado
O bater da velha cabra.
Capa negra de Saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo para a Vida.
Tu sabes que desenho do adeus
É fogo que nos queima devagar
E no lento cerrar dos olhos teus
Fica a esperança de um dia aqui voltar.
Deixo-vos aqui também uns versos, cuja autoria me foi impossível encontrar, que demonstram claramente o sentimento dos estudantes para com a cidade de Coimbra:
Coimbra, mãe e madrasta
Coimbra, mãe e madrasta
Do sonho da mocidade...
Guardei-te na minha pasta.
P'ra ter sempre a mesma idade.
Mas um dia, quando a abri,
Coimbra, já lá não estava.
Chorando, voltei pr'a ti.
E vi que também chorava.
Para conhecerem melhor a cidade, proponho-vos outro vídeo com vistas de Coimbra à noite.
Para concluir, um vídeo com fotos da cidade e música de fundo "Balada de Coimbra", de Carlos Paredes.
Finalmente, não podemos falar em Coimbra sem também referir o Portugal dos Pequenitos. Portugal dos Pequenitos pode-se definir como "uma nação ao mesmo tempo imensa e minúscula, obra prima da arte e de gosto, síntese do Portugal arquitectural e folclórico".
Obra de grande mérito idealizada e construída pelo Professor Dr. Bissaya Barreto, com a colaboração de um grande vulto da arquitectura portuguesa que foi o responsável pelo projecto - Cassiano Branco. É o percursor dos parques temáticos hoje existentes e dedicados às crianças. A escala da sua construção é feita à medida das crianças que aprendem brincando. O autor pretendeu fazer ali a apologia do Império Colonial. Esta razão política contribuiu para a sua construção. É hoje o monumento com maior número de visitantes na cidade de Coimbra. Todos os conjuntos miniaturais dedicados ao Império Colonial, aos mais importantes monumentos portugueses e às casas tradicionais são dignos de ser visitados periodicamente.
Agora já sabem, sigam as orientações da plataforma e deixem aqui o vosso comentário: coisas de que gostaram, coisas que já conhecem, etc...
domingo, 22 de março de 2009
COIMBRA
Como vimos no vídeo que vos apresentei na plataforma do curso, a Universidade de Coimbra é a mais antiga universidade portuguesa e a terceira mais antiga de toda a Europa.
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17 comentários:
O que mais chamou a minha atenção da Universidade de Coimbra foi a Queima das Fitas porque cá, na Espanha, não há.
Normalmente começa no mês de Maio, mas neste ano já começou. Sim, sim, este ano (aliado ao 110º aniversário da Queima) têm 110 actividades e começaram a 10 de Março e prolongam-se até a 27 de Junho.
A festa celebra-se na Semana Académica, a começar na Sexta Feira; mas a Queima das Fitas é na Terça quando o quartanista lança o Grelo a um bacio cheio de brasas.
O que sim há cá na Espanha são as brincadeiras aos caloiros. Mas não sei como é que são agora em Portugal. Acho que até cerca de 1968, o bicho e o caloiro não podiam sair à rua depois de certa hora da tarde porque arriscavam-se a ser apanhados por uma troupe e rapados.
Cá não chegamos a isso. Acho eu.
Até breve. Beijinhos
Olá María José,
Vejo que não perdes tempo... :)
A questão dos caloiros ainda acontece em Portugal e muitas vezes surgem problemas porque os veteranos passam dos limites e obrigam os caloiros a fazer coisas insuspeitáveis... No Brasil também acontece. Quando eu entrei para a faculdade, os meus amigos raparam-me a cabeça pois mais valia que se fizesse entre amigos. Fiquei toda a primeira semana sem ir à faculdade e depois soube que tinha havido facadas por lá, porque um dos colegas não queria que lhe rapassem a cabeça....
Beijinhos!
Jacques quantos videos interessantes de Coimbra, estamos a aprender muito. Há coisas muito interessantes. Gostei muito do video dos pequenitos. Está todo muito bem, os fados, os videos, as photos, muitos monumentos e agora penso que soy uma perfeita desconhecida da cultura portuguesa e por isso gosto muito deste curso.
Beijinhos! Até breve.
Olá Maria,
Fico deveras contente em saber que as coisas estão a correr bem e que vocês realmente estão a aprender com o curso... Eu imaginava que vocês sabiam pouco sobre cultura portuguesa mas surpreende-me que não soubessem certas coisas. Tudo isso confirma a minha teoria e ajuda muito a que o trabalho de investigação tenha fundamento! Bom resto de férias! Beijos!
É verdade que Coimbra é gira. Eu já estive lá duas vezes e gostei mais a segunda vez do que a primeira porque a vi mais devagar, nomeadamente a Universidade que me pareceu grandiosa.
O que mais me sorprendeu desta página foi esse “adeus final”. Não sabia que ao finalizar o curso os estudantes ficavam assim tão tristes. Essa Balada de Despedida cantada pela Tuna Académica do quinto ano ficou-me com os olhos chorosos, e com muita saudade.
Estive a pesquisar acerca das tunas. Dizem que em Portugal surgiram apenas em meados do séc. XIX. Conta-se que um grupo de estudantes de Coimbra se deslocou um dia a Espanha e observando o sucesso que as Tunas aqui faziam, importaram a ideia para lá. No entanto, é muito díficil definir qual a Tuna mais antiga desse país. Sabe-se que a Tuna Académica da Universidade de Coimbra se fundou no ano de 1888.
Olá Eloisa,
Bonito comentário e também interessante. Eu sabia que em espanha também havia tunas mas não sabia que era a origem das portuguesas. Por outra parte, e agora que vivo cá, posso dizer que as tunas portuguesas ganharam mais em importância... Talvez noutra região espanhola as tunas tenham importância mas na Universidade da Extremadura não se deixa ver...Em Portugal têm muita presença e são mjuito apreciadas. Beiijinhos e boas férias!
Boa tarde, Jacques!
A vida universitária e as suas lembranças...O tempora, o mores!
É verdade, cá, em Estremadura, não há muita tradição das tunas. Não estão identificadas com a universidade.
Chamou-me a atenção o Portugal dos Pequenitos. As crianças devem conhecer a história do seu pais. Se é ludicamente, mais eficaz.
Saludos
Olá Pepe!!!
Pois é, belos tempos aqueles universitários, não é? Ah! Estremadura com "s" é a Portuguesa, na zona à norte de Lisboa!... A diferença entre as duas é essa... assim já sabes, Extremadura!
Um abraço Pepe!
Eu mandei um comentário sobre o jantar de gala da quema das fitas e não apareceu no blog... :-(
Olá pessoal
Coimbra é a sua universidade sem dúvida e especialmente a sua incrível Biblioteca, uma das mais bonitas de Europa.E sempre me lembro do bar que está na capella da Igreja de Santa Cruz. Que lindo para tomar uma caneca!!
Saludos
Manuela disse:
Eu também estive em Coimbra e fique muito sorpreendida pela paz que brota da praça da Universidade depois de ter subido a rua Quebracostas. A biblioteca é um edifício muito interessante e recomendo visitar.
Estive á procura de informação sobre as costumes das tunas e a praxe Académica e compreendi que não é só um conjunto de tradições também ajudam ao individuo a preparar-se para a futura vida profissional.
Un saludo
Manuela disse.
A balada de Coimbra refleta muito bem a beleza da cidade.
Acho que é uma cidade priviligiada com ruas estreitas,escadinhas e arcos medievais em contraste com uma estrutura urbana moderna.
Coimbra é uma cidade romàntica,todos conhecemos os amores proibidos do rei D. Pedro e Dona Inês que tornaram-se o tema preferido das cuscuvilhices da corte. Mas a pobre Inês foi assassenida por três fidalgos sem piedade.
Segundo a lenda, o sangue de Inês mistirou-se com as águas da fonte mas não se diluiu. Nas pedras do fundo ficou uma mancha vermelha. A fonte veio a chamar-se "Fonte das Lágrimas"
Gira lenda de amor, não é?
Beijinhos
Gostáram-me muito os videos, sobre tudo o que mostra o Portugal dos Pequeninos que n~ao conheçia. As fotos de Coimbra trouxéram-me lembranças de quando estive nessa ciudade e déram-me deselhos de voltar visita-la. Coimbra na noite e muito bella e a canç~ao dos tunos gostoi-me mais do que as de Lisboa e Porto. Sobre os tunos creio lembrar que em lugar de cintas levam rajas nas suas capas.
Beijinhos
Olá Miguel,
Sim, as fitas são oferecidas por amigos, familiares, colegas e professores, com dedicatórias nelas escritas. O que é a capa, costuma levar alguns brazões cosidos e os rasgões, feitos de um lado por amigos, de outro por familiares e, no meio, pela(o) namorada(o). Bom fim de semana!
Sou a Alicia:
Eu só tive a oportunidade de estar uma vez em Coimbra, acho que é uma cidade maravilhosa, tem magia.
Gostei muito dos videos. O que mais chamou a minha atenção foi o video da tuna. Lembro-me do último dia na minha universidade e a festa do fim do curso que foi divertidíssima.Acho que a época dos estudos universitários é uma das melhores épocas da vida e eu conservo boas lembranças dela. Mas daí a estarem todos os estudantes a chorar...
OLá Alicia,
Eu estudei em França e lá não há um abiente de união académica como em Portugal. A verdade é que em Portugal cria-se um laço muito forte com os colegas universitários e imagino que, quando os estudantes são de diferentes zonas do país e aquel momento de união está a acabar, deve ser muito duro. Eu chorava com certeza. E mais ainda naquela serenata monumental com uma música tão bonita! Beijinhos!
Olá o meu nome é Ana e apesar de nao fazer parte do grupo queria só explicar o porquê dos estudantes de Coimbra chorarem tanto no adeus.
Para muitos Coimbra é o inicio de uma vida nova, começa com a entrada numa nova escola, num novo meio...continua com as amizades que se ganham e que serão para sempre...todas aquelas noites de festa que partilhámos que duravam até de manhã...todas as lágrimas que amparámos uns aos outros porque tinhamos saudades da familia, ou porque nem tudo corria bem...
São muitos os momentos partilhados ao longo de alguns anos sempre com as mesmas pessoas, aquelas que depois do ADEUS irão cada uma para seu lado, e acaba assim a AMIZADE? Não! Mas é diferente...já não vou estar dia e noite com o mesmo grupo, já não vou ficar noites e noites a fazer trabalhos de grupo, já não vou às festas, já nao tenho jantares com os amigos porque temos horários diferentes e estamos distantes, já não faço isto ou aquilo porque agora a vida não me permite.
Estamos ansiosos para ir trabalhar, pôr em pratica tudo o que aprendemos...mas custa tanto deixar a vida e os amigos que tivemos durante 4,5 ou mais anos!!
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